Garland espera faturar 120 M€ em 2017
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Peter Dawson diz que o Grupo tem vindo a crescer acima dos 5% ao ano (foto: Garland) |
A Garland quer chegar até o final do ano aos 120 M€ de faturação e a um crescimento superior a 5%. Resultados que espera alcançar em função de um 1.º quadrimestre animado pelo crescimento das exportações nacionais sobretudo para mercados como o norte-americano. Até ao final deste mês, o Grupo Garland estima faturar sensivelmente 58,4 M€, devendo-se o crescimento sobretudo ao impulso que o volume de negócios em território nacional tem registado – 47,9 M€, mais 8% que em período homólogo de 2016.
O ano passado, o setor de transportes e logística foi o que mais concorreu para os resultados alcançados, mais precisamente para um total de faturação de 62,8 M€, mais 7,5% que em igual período do ano anterior. Esta área de negócio representou 56,1% do volume de negócios alcançado.
Com um crescimento de 2,75% comparativamente a 2015, a Garland conseguiu contornar os efeitos de alguns acontecimentos negativos, que marcaram o setor. Recorde-se que o transporte marítimo de mercadorias tem tido um crescimento muito moderado, tendo Portugal enfrentado a contestação no Porto de Lisboa. De assinalar ainda o crescimento de quase 20% da Garland no transporte aéreo de mercadorias para exportação no nosso país, em contraciclo com o setor que registou um decréscimo.
Desde 2012, um ano após a entrada do FMI em Portugal, a Garland investiu aproximadamente 11 Milhões de Euros (M€). Iniciou-se, então, um ciclo de investimento em instalações logísticas, infraestruturas e em Tecnologias de Informação (TI), com vista a tornar a empresa mais competitiva num setor cada vez mais concorrencial e global, o qual deverá ficar concluído no próximo ano com mais 1 M€ a investir. Esta estratégia tem permitido ao grupo português, uma das principais empresas nacionais de transportes, logística e navegação, manter uma média de crescimento de 6,8% nos últimos três anos. Em 2016, o volume de negócios foi de 112 M€ e, no primeiro semestre do ano, é já 5,3% superior ao alcançado em período homólogo.
Internacionalização arrancou em maio de 2014 e já pesa 14%
Aproximadamente 14% da faturação da Garland em 2016 provém já da internacionalização. Processo com que o Grupo arrancou apenas em 2014 com a abertura, em maio, da delegação de Marrocos (na altura, em parceria com a Naxco, e, há cerca de um ano, a solo) e, em outubro, das filiais espanholas em Valência e Barcelona.
Peter Dawson, presidente do conselho de administração do Grupo Garland, esperava estes resultados. “Temos vindo sempre a crescer acima dos 5% ao ano. Em 2015, chegámos aos 11,2%. Sabíamos que, em 2016, também cresceríamos mas mais moderadamente. Por um lado, a Garland está a fechar um ciclo em que investimos muito no negócio, sobretudo ao nível de construção e remodelação de instalações logísticas e de adoção de tecnologias de informação. Por outro, o setor atravessou um ano complicado”.
Investimentos de 11 M€ em quatro anos
O mercado de transportes e logística tem absorvido a maior parte dos investimentos da Garland desde 2012. O segundo Centro Logístico da Maia, inaugurado nesse ano pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e vencedor de vários prémios de melhor empreendimento industrial do ano, foi ampliado no ano passado com vista a receber uma nova unidade de negócio – a logística para ecommerce –, na qual a empresa está empenhada em se tornar um dos principais players a médio prazo. O investimento foi de 500 mil euros. Já o primeiro Centro Logístico da Maia está a ser intervencionado este ano, num investimento de 1,4 M€.
A remodelação do Centro Logístico da Abóboda e construção do edifício social para onde a Garland mudou a sua sede, depois de mais de um século sediado no Cais do Sodré, custou 3,5 M€.
O ano passado ficou marcado ainda pela abertura do novo Centro Logístico de Gaia, resultante da requalificação da antiga fábrica Yazaki Saltano – um investimento de 3,5 M€ – e do arranque do Centro Logístico da Mealhada, um imóvel arrendado.
A fechar este ciclo, a Garland já investiu mais de 1,5 M€ na modernização da empresa com tecnologias de informação (TI). “Pretendemos ser cada vez mais competitivos, reduzir custos e permitir que os clientes conheçam just in time o estado dos seus processos e, para tal, temos vindo a adotar, entre outras TI, softwares de última geração.”, refere Peter Dawson.
Em 2016, a Garland movimentou 23 mil camiões internacionais e foi responsável por mais de 194 mil serviços de transporte de mercadorias terrestre. Com 793 mil toneladas carregadas, a empresa movimentou 170 mil paletes, mais de dois milhões de peças de vestuário penduradas e mais de 8,5 milhões de caixas. Cerca de 1.150 toneladas foram transportadas via aérea.
Ainda a justificar os bons resultados na área de transportes e logística está a abertura do escritório no Parque da Autoeuropa, em Palmela, que tem permitido à Garland crescer no ramo automóvel.
Navegação cresce 5,46% apesar de convulsões em Lisboa
O ano de 2016 foi marcado pela greve dos estivadores do porto de Lisboa, que concorreu para a extinção de algumas linhas de navegação a escalar o porto da capital. Foi ainda dominado por fusões entre os grandes armadores, mas também pelo desaparecimento da Hanjin. A juntar a estas dificuldades, o arrefecimento económico do Brasil desencadeou impactos negativos no tráfego marítimo de e para Portugal.
“A angariação de novas representações e a reativação da linha HDS do Irão permitiram-nos crescer ligeiramente no mercado nacional. Mas foi sobretudo internacionalmente que conseguimos compensar as dificuldades sentidas nos portos portugueses. Dos 43,7M€ que faturámos na área da Navegação, mais de metade provêm de Espanha”, explica o presidente da Garland.
Em 2016, a Garland atendeu 700 navios e movimentou 225 mil TEUS.
Todos os anos, o crescimento da Garland é refletido no número de colaboradores. Se em 2015 a empresa criou 20 novos postos de trabalho, no ano passado, empregou mais 24 pessoas, totalizando 352 colaboradores em Portugal, Espanha e Marrocos.
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