últimos posts

"Mar Portugal" substitui "Noruega" em Portugal

O “Mar Portugal” (ex-Kommandor Calum) foi comprado pelo estado português à empresa escocesa Hays Ships, que opera uma frota de navios para trabalhos de investigação científica, de levantamentos e de patrulha. Vem substituir o Noruega, ao serviço do país há mais de 35 anos, e que tem 47,5 metros de comprimento e alberga 12 cientistas e técnicos. Tanto quanto se sabe, o “antigo” navio nem sempre tem estado operacional e exige reparações de fundo.


O negócio estava para se concretizar desde 2011 mas só na última semana o navio construído em 1986 chegou a Lisboa. Agora, o navio do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que passa a chamar-se “Mar Portugal”, volta a passar por um processo de remodelação. Uma oportunidade para ser feita a instalação de mais equipamentos científicos e prepará-lo para a investigação das pescas. A intenção será tê-lo operacional no próximo ano.

O navio custou 7,9 milhões de euros. A remodelação está prevista custar entre um e dois milhões de euros e o restante montante até 13 milhões de euros será para equipamentos científicos.

No entanto, o “Mar Portugal” acaba por custar pouco aos cofres nacionais na medida em que a compra aconteceu com recurso ao Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu. Um mecanismo criado em 2004 que tem a Noruega (o principal financiador), a Islândia e o Liechtenstein como doadores de dinheiro a vários países, entre os quais se encontra Portugal. O objetivo visa corrigir assimetrias e fomentar a coesão.

Apesar de grande ajuda internacional, o mecanismo financeiro exige uma comparticipação nacional. Por isso Portugal tem de pagar 1,9 milhões de euros dos quase 13 milhões do projeto do navio. Os restantes 11 milhões saem dos cofres noruegueses.

O “Mar Portugal” tem 75 metros de comprimento, 15 metros de largura e dispõe de capacidade para 30 cientistas e técnicos, além de 16 tripulantes e tem autonomia para 40 dias no mar.

Inicialmente era um navio de defesa e salvamento submarino. Foi convertido em navio de investigação e levantamentos técnico-científicos em águas profundas.

Em 2012 passou por uma remodelação para melhorar os alojamentos e a capacidade de levantamentos. Agora, está preparado para fazer geotecnia marinha, oceanografia, levantamentos geofísicos e operação de robôs submarinos (ROV). O navio terá o ROV que o Portugal dispõe, o qual pode descer até aos 6.000 metros.

Desde a conversão, o então Kommandor Calum trabalhou no Árctico russo, no mar do Norte, no Atlântico e Mediterrâneo.

Quanto ao Noruega tem sido usado em estudos de biologia, avaliação de recursos, pesca experimental e investigação oceanográfica.

No entanto, os trabalhos de alargamento da plataforma continental nacional foram realizados por navios com outras capacidades como os oceanográficos da Marinha: Almirante Gago Coutinho e D. Carlos I.

Uma última nota para referir que a ideia de substituir o “Noruega” não deixa de ser curiosa, sobretudo quando se fala em idades. Isto porque Portugal recebeu um “novo” navio para substituir outro “em fim de vida útil” que apenas tem uma diferença de idade de oito anos. O “Mar Portugal”, que fica sob a alçada do Instituto, foi construído em 1986. Tem pois 29 anos. O Noruega, construído em 1978, em 37 anos.

Sem comentários