Armador reforça MAR e quer transferir operação para a Madeira

O Evita, um dos navios já registados no MAR (foto: Amisco)

O armador da Estónia, Amisco, começou por registar 2 navios na Madeira. Aumentou o número para 4. Até ao final do ano, registará no MAR os restantes navios da sua frota. Paralelamente, abriu uma empresa no Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), onde será feito, numa primeira fase, o crew management. O objetivo, a médio prazo, passa por mudar toda a operação para a Região, num processo que irá gerar postos de trabalho na Madeira.


O armador estoniano de referência, Amisco, decidiu mudar parte da sua operação para a Madeira e desenvolverá, a partir do Funchal, a sua atividade de crew managment.
Ao mesmo tempo registará, até ao final do ano, mais 2 navios da sua frota no MAR, atualmente constituída por 6 modernos porta-contentores e multi purpose carriers, sendo de referir que os primeiros dois foram registados em 2015 e os dois seguintes já este ano.
Alan Noor, managing diretor da Amisco, explica a opção. “O Registo Internacional de Navios da Madeira tornou-se atrativo e dinâmico, um verdadeiro concorrente aos maiores registos da União Europeia, graças à qualidade dos serviços prestados. É uma ótima opção".
“Esta é uma ilha com excelentes condições para viver e para desenvolver uma atividade empresarial. O profissionalismo das pessoas é evidente, a oferta em termos de infraestruturas é boa o que, aliado a um clima excelente e a belezas naturais únicas, que se traduzem em qualidade de vida, representam uma bela oferta”, reforçou o porta-voz do armador da Estónia.

Projeto visa transferir operação para a Madeira

Noor revelou que a ligação ao MAR iniciou-se há cerca de um ano e meio, através do registo de dois navios, vindo a ser solidificada em 2016. O projeto agora é, a médio prazo e se tudo correr conforme o planeado, transferir toda a operação para a Madeira.
“Na nossa opinião, a Região pode tornar-se um maritime hub no Atlântico. Basta perceber os exemplos de Malta e do Chipre e a forma como se desenvolveram nas últimas duas décadas. Hoje, no Chipre, existem cerca de 50.000 empregos relacionados com a indústria marítima”, continuou.
Para Alan Noor, “a existência de um registo de navios de sucesso e eficiente, juntamente com um quadro fiscal competitivo, boas infraestruturas e apoio político” são elementos essenciais para espaços territoriais como a Madeira atraírem companhias internacionais de referência.
“Percebemos que isso pode acontecer nesta Região, desde que o Governo em Lisboa apoie o MAR e os armadores”, concluiu.

“Um caso exemplar” afirma a EISAP

Roberto Lorenz-Meyer

Para a European International Shipowneres Association of Portugal (EISAP), associação representativa dos armadores internacionais com navios registados na Madeira, esta é uma excelente notícia.
Segundo Roberto Lorenz-Meyer, presidente da associação, “este caso da Amisco é exemplar. O armador, que é nosso associado, começou por registar dois navios e, porque tudo correu conforme aquilo que tinha planeado, decidiu solidificar a relação. É um exemplo da importância do MAR não só para a angariação de receitas fiscais, mas também para potenciar a criação de um cluster marítimo na Madeira e em Portugal”, reforçou Lorenz-Meyer.
A EISAP sublinha que o MAR é um instrumento estratégico para Portugal e para o arquipélago, tal como é o Centro Internacional de Negócios da Madeira, onde se insere, já que tem capacidade para desempenhar um “papel ativo” também na atração de empresas da área do shipping.