Portos do Continente português batem recorde de carga em 10 meses
O Porto de Lisboa foi o grande responsável pelo recorde nas operações de carga no Continente |
Os
portos comerciais do continente continuam a seguir uma trajetória de
crescimento, tendo o volume de carga movimentada registado, nos
primeiros 10 meses do ano, o valor mais elevado de sempre em iguais
períodos.
No
total registaram-se 81,3 milhões de toneladas, ultrapassando em
+5,1% o valor de 2016.
por Paulo Camacho
Importa
realçar que o maior contributo para o referido desempenho foi dado
pelo Porto de Lisboa ao registar um acréscimo de +2,1 milhões de
toneladas, equivalente a +26%.
Nas
posições seguintes surgem o Porto de Leixões, ao registar um
acréscimo de +8,1% (correspondente a +1,2 milhões de toneladas) e
uma quota de 20,2%, de Aveiro, com acréscimos de +17% num volume que
representa 5,3%, e de Sines, que cresce +0,9% e tem subjacente uma
quota de 52,2%.
Sines
mantém a liderança do movimento portuário, representando 52,2% do
total (-2,2 pontos percentuais face a igual período de 2016), muito
devido ao seu desempenho no mercado da Carga Contentorizada, Produtos
Petrolíferos e Carvão, sendo seguido por Leixões com 20,2%, Lisboa
com 12,6% e Setúbal com 6,9%.
Movimento de contentores cresce 13,6%
No
que respeita ao movimento de contentores, o conjunto dos portos
comerciais do Continente ultrapassaram o volume de 2,5 milhões de
TEU nos 10 primeiros meses de 2017, estabelecendo assim a nova melhor
marca verificada nos períodos homólogos, excedendo a anterior,
registada em 2016, em +13,6%.
A
nível dos portos, idêntica marca foi verificada em Sines e na
Figueira da Foz, com variações de +18,3% e 0,7%, respetivamente.
A
supremacia do Porto de Sines no tráfego de contentores é evidente,
e entre janeiro e outubro de 2017 traduz-se numa quota de 56,6%,
superior em +2,3 pontos percentuais à que detinha no período
homólogo de 2016.
Leixões
é o 2.º porto a registar um maior volume de TEU, com uma quota de
20,9%, seguido de Lisboa com 16,6%, Setúbal, com 5,1%, e Figueira da
Foz, com uma quota de 0,8% do total.
Neste
segmento de mercado, o desempenho de Sines deve muito às operações
de transhipment, sublinhando-se o facto de o volume de TEU
movimentado ter vindo a crescer nos últimos cinco anos a uma taxa
média anual de +16,7% e de representarem cerca de 80,2% do movimento
do próprio porto.
Transhipment são metade do tráfego
Entre
janeiro e outubro de 2017, as operações de transhipment
representaram cerca de 47,8% do total do tráfego de contentores.
Nos
primeiros 10 meses do ano, o movimento de navios nos portos
comerciais do Continente traduziu-se pela realização de 9.230
escalas, superior em +2,2% ao número verificado no período homólogo
de 2016, a que correspondeu um volume total de arqueação bruta (GT)
superior a 174,7 milhões (+4,9% do que o verificado em igual período
de 2016) e que constitui a marca mais elevada de sempre nos períodos
homólogos.
Douro
e Leixões registaram o maior número de escalas, um total de 2.263,
correspondente a uma quota de 24,5%, mais 114 escalas do que o
verificado em Lisboa, cuja quota se situa em 23,3%.
No
que respeita ao desempenho global do mercado portuário, importa
sublinhar a forte influência do mercado da carga contentorizada que
contribuiu, positivamente, para o acréscimo de +8,8%, representando
assim 35,4% do total, seguida pelo dos produtos petrolíferos, que,
representando 18,7% do total, registou um crescimento de +16%. Merece
ainda especial destaque o facto de todos os mercados de carga
inseridos no perímetro dos granéis sólidos terem registado
globalmente um crescimento de +13,7%, sendo os mais significativos o
dos Outros Granéis Sólidos, que cresceu +16,4% (representando 8,2%
do mercado portuário total), do Carvão e dos Produtos Agrícolas,
que registaram variações semelhantes na casa dos 12%, com quotas de
7,7% e 6,6%, respetivamente.
Carga Roll-On/Roll-Off com subida de 20%
O
mercado da carga Roll-On/Roll-Off justifica também uma referência
particular por manter uma trajetória de crescimento acentuado, sendo
de +19,5% no período em análise.
O
comportamento do mercado portuário no segmento da carga embarcada,
no qual as exportações representam mais de 80%, registou nos
primeiros dez meses do ano um volume de cerca de 33,1 milhões de
toneladas.
Este
comportamento é fortemente influenciado pelos mercados dos Outros
Granéis Sólidos, da Carga Contentorizada e dos Produtos
Petrolíferos que, detendo quotas do volume total embarcado, de 11%,
48,2% e 25,1%, registaram crescimentos de +35,7%, +8,1% e de +5,8%,
respetivamente.
Em
termos de volume global, o porto que registou um maior crescimento de
carga embarcada foi o de Lisboa, com +47,1% para uma quota de 13,3%,
seguido de Leixões que associa uma quota de 18,9% a um crescimento
de +5,3%.
Crescimento de Lisboa devido a quebras antigas
De
referir que o crescimento de Lisboa justifica-se pelo ciclo de
recuperação de tráfego perdido em anos anteriores por efeito,
nomeadamente, de perturbações laborais.
No
que diz respeito ao segmento da carga desembarcada, no qual as
importações representam cerca de 90%, verificou-se, no período
janeiro-outubro de 2017, um movimento global de 48,2 milhões de
toneladas, para o qual contribuiu com maior significado o tráfego de
Produtos Petrolíferos, que registou um acréscimo de +31,3%, fixando
a sua quota em 14,3%.
Os
portos que induziram um impacto mais significativo no comportamento
deste segmento de mercado foram Sines, Aveiro, Leixões e Lisboa, com
variações de +5,5%, +25,6%, +9,8% e +13,8%, respetivamente. Viana
do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que
apresentam um perfil de porto “exportador”, registando, entre
janeiro e outubro de 2017, um volume de carga embarcada superior ao
da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o
total movimentado, no período em análise, de 81,2%, 63,5%, 58,3% e
100%, respetivamente
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