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Cargueiros do futuro podem navegar sem tripulantes

(foto: Rolls Royce)
Navios de carga sem tripulantes. Pois, esse ideal pode estar mais perto do que se imagina com o empenho de projetistas de navios, operadores e reguladores. O progresso na automação e a comunicações de dados mais céleres podem ser alavancas decisivas.
A ideia será ter cargueiros a navegar com uma tripulação mínima ou mesmo sem nenhuma.

(foto: Rolls Royce)
Nesta fase, a Rolls-Royce Holdings lidera o projeto Aplicações Aquáticas Autónomas Avançadas, com outras empresas e universidades. A construtora admite a incorporação nos navios das tecnologias que existem na aviação comercial e nos carros autónomos.
O que se sabe é que há já um estudo finalizado este ano. Concluiu que esses navios são viáveis e oferecem economias. Oskar Levander, diretor de inovação da unidade marítima da Rolls-Royce, diz que a migração para uma autonomia maior e para navios não tripulados poderá reduzir os custos de transporte em 22%. A maior parte desse ganho virá de menores custos com tripulações. Admite que esses navios devem consumir menos combustível porque não vão precisar carregar equipamentos de apoio para pessoas.

A "ponte" de comando em terra firme (foto: Rolls Royce)

Exigências técnicas

Em termos técnicos, os navios do futuro podem incorporar detetores infravermelhos, câmaras de alta resolução e sensores a laser para monitorizar o ambiente em redor do navio. Depois, os dados são transmitidos a centros de comando onde uma equipa verifica o avanço do navio no sentido de garantir que operam na velocidade ideal.
Palle Laursen, da gigante transportadora mundial Maersk Line Ship Management, considera que o benefício da automação está na possibilidade de ampliar a eficiência dos 630 navios que operam na companhia dinamrquesa.

Os primeiros passos já foram dados com uma balsa Stella (foto: Rolls Royce)

Segundo alguma imprensa, os primeiros passos já foram dados com uma balsa Stella. Operada pela Finferries, no Mar Báltico, foi equipada com uma série de sensores, lasers e câmaras térmicas, no sentido de apurar se esses sensores poderiam permitir operações autónomas.
No entanto, para ter os navios cargueiros a navegar não tripulados controlados remotamente até 2030 e ter os navios totalmente autónomos, igualmente a navegar até 2035, um fator vital será a capacidade de transmitir grandes volumes de dados entre os navios e a costa com o propósito de garantir a segurança das operações. Hoje, uma nova geração de satélites de comunicação tende a oferecer custos menores para a transmissão de dados.

Contactos com armadores
A Rolls-Royce já está em contactos com os operadores para iniciar testes em navios com mais autonomia.
No entanto, os navios autónomos têm obstáculos no rumo como a segurança, a proteção, a navegação e as questões jurídicas que precisam ser ultrapassadas para que os navios sem tripulação possam ser incluídos na frota da Maersk.

Entraves
Para já, a Organização Marítima Internacional (IMO) proíbe operar navios sem tripulação. Por outro lado, a Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (Solas), exige que todos os navios sejam suficientemente e eficientemente tripulados.
As regras de segurança surgiram em 1914. Concluídas em 1974, as regras atuais têm sido adaptadas para as novas tecnologias, como a obrigatoriedade de mapas eletrónicos e sistemas de identificação automáticos para navios. Algumas das questões que estão em cima da mesa prendem-se com vertentes como a segurança, a pirataria e assim como a importante exigência de ajudar navios em perigo. Saber como serão os procedimentos por navios autónomos está, para já, a deixar mais dúvidas que certezas.
Seja como for, Natasha Brown, porta-voz da IMO, já veio afirmar que o Grupo de Trabalho Regulatório de Sistemas Marinhos Autónomos, criado em 2014, está a analisar as regulações pertinentes para propor mudanças.

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