Cabo Verde procura solução para transporte inter-ilhas
Cabo Verde num dilema para as ligações inter-ilhas (foto Paulo Camacho) |
O Governo de Cabo Verde e os armadores querem encontrar uma solução para o problema dos transportes marítimos inter-ilhas. Por isso mesmo, reuniram esta segunda-feira. Para já, segundo revela o jornal cabo-verdiano Expresso das Ilhas, os armadores estão reticentes com a proposta do governo. No entanto, estão abertos a uma eventual participação do Estado num possível consórcio nacional.
por Paulo Camacho
Ao referido jornal, João Guilherme, presidente da Associação de Armadores, reconheceu que estão “um pouco reticentes quanto à ideia do Governo”.
O ministro da Economia e Emprego, José da Silva Gonçalves, revelou à Rádio Morabeza, após a reunião com os armadores, que estão em cima da mesa diferentes cenários.
Afirma que a solução tem que ser encontrada até o final do ano para poder começar a ser implementada a partir de janeiro do próximo ano. Neste momento, diz que falta o plano de negócio, “porque já está tudo formatado, os cadernos de encargos, todos os trabalhos feitos, inclusive a proposta contrato”. Refere que todos estes trabalhos, que exigem muito tempo, “já estão feitos, partindo do princípio que o privado está interessado em fazer um business plan, em que o Estado está na disposição de ajudar os privados”.
Entidade concessionária única
Em concreto, a proposta do Governo de Cabo Verde é que os armadores nacionais se reúnam numa única entidade concessionária, capaz de responder às necessidades do mercado. Admite que esta “é uma solução que o Governo pretende que seja liderada pelo privado nacional”. Nesse sentido, sublinha que o Governo “está disposto a ir, em primeira instância, por uma opção de ajuste direto com os atuais armadores, unidos numa só entidade, que será uma só entidade concessionária”. Assim, desde que se reúnam essas condições, sublinhou que o Governo tudo fará para viabilizar esta solução.
No entanto, caso o plano com o setor privado não for viabilizado, o Governo vai lançar um concurso para a concessão.
Seja como for, João Guilherme disse que, apesar de estarem reticentes com a proposta apresentada, espera que a que vai ser apresentada ao executivo seja suficiente para o convencer “que a solução para o país está nos armadores nacionais e não num armador estrangeiro”.
Falta de dinheiro pesa na decisão
Contudo, a questão financeira, muito debilitada, faz João Guilherme afirmar que é necessário que governo e armadores se juntem para encontrar uma solução. Neste âmbito, os armadores esperam ajuda governamental na aquisição de navios, que admitem não serão necessariamente novos, porque obrigaria a uma subida considerável do valor do frete. Sublinha que “isso não seria benéfico nem para os armadores nem para os cabo-verdianos de uma forma geral”.
O presidente da Associação de Armadores gostaria que fossem adquiridos um ou mais navios que ainda possam operar em condições de segurança.
Em qualquer caso, não tem dúvidas que para que esse plano seja viável, o Governo teria de se associar aos armadores. Uma parceria onde o executivo ficaria com uma percentagem menor, cabendo aos privados fazerem uma gestão dessa empresa.
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